O exame de grafismos de indivíduos que não possuem o hábito da escrita é um dos problemas encontrados na Grafotécnica. A escrita canhestra ou primária se caracteriza pela falta de habilidade, traçados morosos, indecisões e falta de personalidade; ou seja, muitas vezes desprovida de elementos individualizadores capazes de discriminar o seu autor. O fato é que, com a prática e habilidade, a produção da escrita se torna automática, sendo a sua produção menos suscetível ao controle consciente. Na escrita primária estes atos são pensados passo a passo, como se o seu produtor desenhasse as letras, no intuito de evitar erros decorrentes da falta de prática. Existem casos em que o autor da assinatura utiliza um modelo feito por uma segunda pessoa para produzir sua própria assinatura, tamanha é a insegurança na produção da escrita. Nestes casos, o confronto para a verificação de autenticidade é muito complexo, pois não são observados os aspectos que geralmente se dão em uma sequência de movimentos coordenados, pertencentes à escrita com uma certa habilidade, como a reprodução de gestos gráficos, gêneses e ligações. Além disso, em caso de imitação da escrita desta natureza, a sua produção se torna mais fácil, em decorrência da morosidade, trêmulos e falta de habilidade que a escrita original já possui. A solução então, é obter o maior número possível de padrões para que seja observado o comportamento da escrita em uma quantidade maior de material. Se for o caso, a coleta de padrões pode ser feita em dias diferentes para que sejam analisados os hábitos (se existirem) que se mantêm. Padrões já existentes, preferencialmente em época próxima ao ocorrido também podem ajudar. Enfim, nestes casos em que a escrita não possui uma reprodutibilidade de gestos, um maior número de padrões é necessário, já que o Perito não pode contar com vários aspectos do grafismo que são inerentes à escrita automatizada.
set 15 2013
continuação ….
O assunto que abordou, é de grande importância, e além do teu descritivo, acrescentaria a verificação de todos os itens e subitens principalmente dos elementos genéticos.
Na pratica, surge alguns rumos para o perito, uma pré-entrevista com o Escritor, geralmente são pessoas humildes e correta (com exceção)
Obrigado pela sua gentileza,
Att
Antônio Rogério Ribeiro
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7.20.1 – Punho Primário: Geralmente são punhos que estão iniciando a escrita (criança ou semianalfabeto, e possui pouca criação no seu modelo). A qualidade da execução é ruim, feito vagarosamente, interferindo no gesto gráfico e surgem indecisões e tremores em quase todo o traçado. Apresenta grafismo de qualidade inferior dado à lentidão do traço, as paradas constantes, as indecisões e os tremores decorrem do esforço de avocar os símbolos; pouca habilidade com o instrumento escritor e deficiência na coordenação motora. A maior preocupação é com o aspecto da escrita.
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continuação:
Vou repassar algumas considerações doutrinárias, mas não me recordo a fonte:
O GRAU DE HABILIDADE DO PUNHO ESCRITOR:
Refere-se literalmente à habilidade manual (gráfica) desenvolvida por uma determinada pessoal.
A avaliação do grau de habilidade de um escritor é uma tarefa baste subjetiva, pois precisa considerar várias características gráficas encontradas nos elementos técnicos genéticos ou subjetivos e elementos genéricos ou objetivos.
Por essa razão, é mais prudente que se considerem apenas as divergências de habilidade bastante acentuadas, evitando fundamentar exclusivamente o laudo a respeito de diferenças muito sutis, nada impedindo descrever os tipos de punhos escritores, dando sua opinião.
Não obstante, o grau de habilidade de um punho é, talvez, a única característica que, isoladamente, permite excluir categoricamente uma autoria gráfica, quando se prova que um determinado escritor não possui habilidade suficiente para produzir uma determinada escrita (a questão aqui se concentra na certeza de que a pessoa realmente possui baixa habilidade demonstrada em seus padrões gráficos e não está dissimulando sua capacidade).
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Adriana Queiroz, Nobre Colega;
Estou lendo seus ensinamentos, e realizando algumas anotações. Eticamente permita trocar informações sobre a escrita canhestra. Não tenho plena convicção técnica, motivo porque deve ser observado com restrição.
É muito comum, na região que moro, Lages, Santa Catarina, a realização de laudo de pessoas que pouco escrevem, ou que trabalham no “pesado” .
Para a realização do cotejamento, há necessidade de haver uma assinatura questionada, a qual será analisada com as de confrontos, tendo como base a carteira de identidade ou outro documento que possua fé pública. (consideramos todos doc. originais). A falta de ideação gráfica, nestes casos é normal, pode o Escritor perguntar qual a letra seguinte: “d” de dado, “b” de bola, entretanto o maneirismo, ou o ritmo gráfico, continua sendo do Escritor. O ato da apresentação do doc. com fé pública é necessário, evitando que o Perito realize a perícia de pessoa estranha ao contexto do processo.
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